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terça-feira, 26 de maio de 2009

A Estupidez do Animal Humano

Albert Einstein disse o seguinte: “Existem duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens, mas não tenho certeza em relação ao Universo”. Gostaria de poder discordar do brilhante cientista, mas mesmo que fosse eu páreo à tamanha inteligência, como poderia? Do pequeno ao grande, nas importantes ou irrisórias questões, dentro e fora de nós mesmos, dia após dia comprovamos com nossas atitudes e posturas a veracidade dessa afirmação. E o mais impressionante é que nos autoproclamamos únicos seres racionais do planeta. Se assim é, onde está nossa razão, incapaz de comprovar a si mesma?

Duas atitudes – distintas em magnitude e natureza, porém semelhantes por serem totalmente desnecessárias – exemplificariam nossa triste condição. De um lado, Susana Vieira, claramente desequilibrada, humilhando Geovanna Tominaga e saindo humilhada pela dignidade da outra. Do outro lado, a Coreia do Norte e seus testes nucleares, aterrorizando o mundo e cutucando ânimos exaltados. O que uma coisa tem a ver com a outra? A seguinte pergunta: por que nos é difícil viver em paz e harmonia uns com os outros? Lastimo ver que existe algo em comum no fato de uma atriz de sucesso se rebaixar e um país lançar mão de um recurso destrutivo como forma de poder: ego.

Sempre achei que o ego é a forma homo sapiens de autopreservação. Infelizmente, se o instinto de autopreservação eleva outros animais à condição de mais fortes entre si, em nosso caso só nos enfraquece perante a nós mesmos e aos outros. Um animal sabe recuar, nosso ego não nos deixa fazer o mesmo. Levamos à última instância nossa primazia, nem que isso signifique ‘nem para mim, nem para ninguém’. Nosso ego, quando irracionalmente se inflama, nos faz perder o senso de perspectiva, de conjunto, de conveniência, de sobrevivência. Susana Vieira se encondeu atrás de sua veterana carreira, Pyongyang atrás de suas ambições atômicas. Mas apesar da carga pesada da qual ambos lançam mão para se impor, estão a apenas encobrir suas respectivas fraquezas.

Demonstrações inúteis de poder. A força não vem de fora para dentro, através de subterfúgios. A verdadeira força – e a única que nos resta enquanto seres pensantes – está no bom uso da razão e do discernimento para dominarmos instintos primários, impulsos animalescos, de competição e domínio. Comecei com uma citação de Einstein e terminarei com outra: “Gandhi encarna o maior gênio político de nossa civilização. Definiu o sentido concreto de uma política e soube encontrar em cada homem um inesgotável heroísmo quando descobre um objetivo e um valor para sua ação. A Índia, hoje livre, prova a justeza de seu testemunho. Ora, o poder material do Império Britânico, em aparência invencível, foi submergido por uma vontade inspirada por idéias simples e claras”. Amém!