Quem sou eu

Minha foto
Writer, translator e interpreter.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Parasitas

Cheguei à conclusão de que o Brasil é um país em plena infestação parasitária e para tanto precisei de escassos e curiosos minutos lendo sobre o tema na Wikipédia. Veja que interessante. Parasitas são organismos que retiram sua sossegada sobrevivência sugando a um outro organismo, o hospedeiro. Todas as doenças infecciosas são, em última análise, de origem parasitária. O efeito do parasitismo no hospedeiro pode ser mínimo, como no caso do piolho, ou causar sua morte como o fazem vírus e bactérias patogênicas. Nesse último e extremo caso, o parasita morre junto com o hospedeiro, mas não sem antes ter produzido descendentes. Há parasitas obrigatórios (só vivem se tiverem hospedeiro, como os vírus) e os facultativos (não dependem do hospedeiro, mas optam por parasitá-lo).

Tendo em vista o exposto acima, convido você a uma livre e frutífera associação de conceitos. Podemos, por exemplo, começar com as diversas bolsas-esmolas atualmente em voga (parasitismo facultativo). Tão vantajosas são após um sem número de critérios básicos – como pobreza e uns dez filhos por casal – muita gente chegou à brilhante conclusão que deixar de sugar tamanha seiva seria um despropósito. Melhor enfatizar, com mais uns dois descendentes, sua condição ectoparasitária (parasitam por fora). Se a isso somarmos uma forte tendência à transmissão via terrestre – como no caso do MST – nota-se a clara adaptação que certas espécies têm ao sofrer uma mutação que, de ectoparasitas comuns, as transformam em fungos resistentes, uma micose, digamos assim.

Seguindo nossa linha de raciocínio, podemos tranquilamente nos aventurar até os endoparasitas, aqueles parasitas que sobrevivem alegres e satisfeitos dentro do organismo parasitado. Mas o organismo brasileiro é multiestratificado, então a infestação se dá a nível municipal, estadual e nacional, nos altos e baixos escalões de nossa burocrática organização – com direito a extensões variadas e criativas, afinal os parasitas são seres que sobrevivem de sua profusão e inventividade. Sem nunca ajudar ao hospedeiro – pouquíssimas espécies de parasitas ajudam ao hospedeiro e, se o fazem, mudam de alcunha: são seres simbióticos, ajudam mais do que atrapalham – os endoparasitas sugam reservas que melhor seriam destinadas ao organismo hospedeiro em si.

Por fim, convido você à análise da vedete parasitária, o vírus. Esse tem por base afetar sistemas vitais, sem os quais o organismo parasitado não sobrevive. Explodindo as bases orgânicas onde quer que estejam, tais seres não pensam em um amanhã, mas nas suas necessidades imediatas de nutrição e sobrevivência. Na natureza, não há cura para uma infestação virótica, a não ser aquela que o organismo hospedeiro é capaz de criar com suas próprias defesas. Mas, como a maioria de nós sabe, a AIDS infecta justamente o mecanismo de defesa do corpo e o hemorrágico EBOLA não deixa escapar nenhum dos órgãos vitais. Nesse ponto ouso dizer que a pior da infestação parasitária brasileira se encontra no planalto central, especificamente em nossa capital, Brasília.