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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desnorteados

Na questão do princípio e do fim, esse mundo tem de tudo. Há aqueles que desejam descobrir como surgiu o Universo e se este teria um fim – ou se estaria caminhando para um. Outros se questionam como a vida começou na Terra e, quando esta se acabar – de forma natural ou com uma pequena ajuda nossa – se há vida em outros planetas e se lá haveria um espacinho para os terráqueos desterrados. Já para a imensa e mais prosaica maioria, a questão é se a vida começa na concepção e se morremos apenas uma vez ou ficamos dando voltas na roda gigante da reencarnação.

Apesar de serem todas essas questões muito interessantes, eu particularmente prefiro me ater à problemática daquilo que é e está, não aos pontos que definem a entrada e saída dessa confusão. Independentemente do berço e do sepulcro, há todo um presente a ser tratado com carinho. Cada passo que damos, cada decisão que tomamos, desencadeia uma gama de situações que, por seu lado, irão disparar outro incalculável número de consequências e assim por diante. Também acredito que é no presente onde mais clara se encontra a imensa responsabilidade para com nós mesmos e para com os outros, o que exige constante atenção ao que está contemporaneamente à nossa volta.

O passado, assim como a História, é precioso e nos ensina. Com ele aprendem o bebê e o valentão. O futuro é uma incerteza a ser cultivada com cautela e parcimônia. Muitos não trocaram beijos pela manhã pensando em fazer as pazes à noite e, tristemente, o futuro lhes reservava coisa diversa. Já o presente está aí, mais vivo do que nunca. Entretanto, que fugacidade tem ao se transformar em passado de um segundo para o outro, escapando por entre nossos dedos! Como apoiar-se nesse presente arredio que, se de um lado mostra sua face em cores vivas, faz questão de ir embora sem se despedir?

O estonteante resumo dessa obra seria um misto entre as lições do passado, o trabalhado feito no presente e a austera esperança nesse tão sonhado futuro. Infelizmente, acho que nós brasileiros somos uma bússola inútil girando enlouquecida por todos os cantos dessa rosa dos ventos chamada vida. Desprezamos nossa História, não tendo, portanto, o devido respeito para que possamos aprender com ela. Nosso presente está ao Deus dará (e não tem dado muito, pois Deus ajuda a quem se ajuda – o pessoal lá em Brasília conhece bem a lição). E nosso futuro... Bem, nosso futuro... Quem sabe felizes no próximo carnaval, no próximo jogo de futebol, na próxima eleição, na próxima encarnação ou na ressurreição dos mortos. Quem sabe?