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sábado, 25 de setembro de 2010

Tentáculos Petistas e Polvo OAD

Nós últimos oito anos do governo petista, senti crescer dentro de mim um estado de alerta que logo se transformou em pavor, sentimento que nos últimos meses tornou-se apática incredulidade. Essa, pelo jeito, foi desde o início a intenção desse partido corrupto e de táticas sub-reptícias. O torpor e a inação fazem parte do que almejam esses crápulas tanto quanto a adoração escarrada de seus militantes. Contudo, por terem tendência a exagerar, eis que me recompus e lançarei agora mais uma cusparada em suas ações indignas e naqueles que, direta ou indiretamente, contribuem para sua satisfação plena.

A OAB, por exemplo, mostrou que seu nome está desatualizado. A antes Ordem dos Advogados do Brasil deveria se chamar agora Ordem dos Advogados do Diabo. Não bastasse a vista grossa para nossas caquéticas leis, atrapalha as que deveriam apoiar. O bafômetro eles já derrubaram ao darem direitos a bêbados. Agora, na Bienal de São Paulo, retrocederam à ditadura militar entrando com uma liminar para que as obras do pernambucano Gil Vicente – onde ele se retrata matando políticos e degolando o Lula – sejam retiradas por ‘apologia ao crime’, como se nossas leis já não estivessem fazendo isso a contento.

Falando em Lula, quase vomitei ao saber que ‘Lula, o Filho do Brasil’ foi indicado para representar o Brasil no Oscar. A Comissão Julgadora, governista, achou o teor fantasioso da biografia suficiente para justificar a baixa qualidade cinematográfica da película. Se bem que, confesso, já esperava algo assim desde que ‘Tropa de Elite’ – vencedor do Urso de Ouro em Berlim e aclamado em diversos países – ficou de fora do Oscar, dando lugar a um inócuo ‘O Ano que Meus Pais Saíram de Férias’, afinal, já se tinha em mente trazer as Olimpíadas ao Rio e propaganda contra este nosso governo não aguenta!

Enfim, as eleições vêm aí e as pesquisas de opinião (?) mostram que teremos terceiro e quarto rounds. Os bandidos de colarinho branco – que a OAB, digo OAD, deveria estar pondo na cadeia – estão aí, prestes a colocarem mais uma vez suas mãos ávidas no dinheiro público através de régios salários e fartos direitos. Lula vai se aposentar muito bem, deixando um belo caminho para muitos de sua corja fazerem o mesmo sem precisar trabalhar. E nós, que estudamos e trabalhamos, continuaremos a ser chamados de ‘elite’ pela esquerda festiva. Vendo por esse ângulo, o Lula até merece o Oscar, mas o de Melhor Ator Coadjuvante.



domingo, 20 de junho de 2010

Pão, Circo e Detalhes Obscenos

Panem et circenses significa, popularmente, “pão e circo”. Política criada pelos antigos romanos, previa o fornecimento de comida e farta diversão ao povo com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes. Na prática, tratava-se de espetáculos sangrentos nos estádios para divertir a população, quando então pães eram distribuídos gratuitamente (sim, bolsa família à moda antiga). O resultado, obviamente, era o governo ser aceito incondicionalmente, independente da realidade decrépita do Estado e das vantagens e corrupção dos governantes.

Não é preciso grande poder de análise para ver as descaradas semelhanças com nossa política atual, ainda mais agora com a Copa do Mundo a pleno vapor. A televisão brasileira, veículo de divulgação muito mais eficiente do que os arautos da Roma Antiga, participa ativamente: cobertura completa dos jogos, comerciais ufanistas (até a lâmina de barbear Mach 3, produto importado dos Estados Unidos, agora é brasileira) e telejornais que só falam nisso, um deles chamando de ‘patriotismo’ um bando de crianças cantando o Hino Nacional Brasileiro diante da televisão antes do jogo de futebol.

Atenção do povo devidamente embriagada, chega então a hora de os governantes colocarem as manguinhas de fora. No dia 23 de junho, por exemplo, serão discutidas as controversas alterações na Lei Ambiental, onde talvez os ruralistas derrubem (e eles adoram essa palavra!) os entraves que os impedem de expandir seus domínios sobre o Pantanal e a Amazônia. Por outro lado, quem agora se importa que o Lula tenha aprovado o aumento de 25% para os deputados (aposentados, inclusive), se o importante mesmo é o Kaká conseguir ou não jogar uma boa partida?

A tecnologia adicionou mais um fator a esse quadro já sinistro: propaganda. Campanhas publicitárias, sempre ufanistas e despudoradamente usadas por ditadores como Stálin e Hitler (com sucesso, diga-se de passagem), agora somam aos gastos públicos mais de 1.7 bilhão de reais no governo de Lula, um aumento de 48% desde o ano de 2003. Então, não basta entuchar a barriga do povo com bolsa família e afins e martelar cabeças com futebol: faz-se necessário gastar milhões com belas imagens e afirmações otimistas para garantir à população que, sim, o brasileiro ainda leva vantagem em tudo e não tem do que reclamar.

sábado, 22 de maio de 2010

Diluídos, afinal!


Confesso que, vez por outra, eu me exponho ao que me é desagradável. Não faço isso devido a uma complicada forma de masoquismo, mas por ter, em certa ocasião, levado a alcunha de preconceituosa. Como a definição feita de mim à época bem que se encaixou, decidi tentar ver se, mudando de atitude, poderia eu por fim tirar essa carapuça de minha desdenhosa cabeça. Verdade é que tenho tido agradáveis, porém muito escassas, surpresas. Infelizmente, e na maior parte das vezes, a exceção confirma a regra e fico eu com um desgostoso esgar de “Eu não disse?”.

Uma das coisas às quais sempre evitei me expor foram noticiários, pois nunca tive talento para aceitar fazer papel de trouxa. Outra coisa que prefiro deixar passar é a moda: a roupa da moda, a celebridade da moda, o programa da moda, a revista da moda, o carro da moda, a música da moda, eteceteras da moda. Apesar de ser versátil e curiosa, minha natureza não é superficial ou fútil. Por outro lado, conforme passa o tempo, aquilo que chega às paradas de sucesso humano mostra-se cada vez mais destituído de conteúdo e propósito. Nunca fui afeita a nosenses.

Exemplos a justificar meu crescente desdém? Vem aí a Copa do Mundo e eis que uma propaganda de televisão, feita de encomenda para debiloides, mostra zumbis retardados dizendo “Futebol!”. A mensagem até que é pertinente, mas a simples realidade brasileira desses mortos-vivos destituídos de neurônios deu-me arrepios maiores do que qualquer produção de George Romero. E para acabar com a moral de qualquer pensamento coerente neste país, vem aí – diretamente saído da cozinha de ‘Mais Você’ – o romance histórico de Ana Maria Braga, estreante literária devidamente assessorada pela Rede Globo e por Paulo Coelho. Tenho certeza que será um best seller.

Acredito em karma, como também em oferta e procura. Tenho absoluta convicção de que em vidas passadas plantei o que por ora testa minha paciência, isto é, ser uma alienígena neste planeta de futilidade, corrupção e carnaval, também conhecido por Brasil. E nada me tira da cabeça que tudo que está sendo oferecido não seja profundamente apreciado pela nossa desmiolada massa nacional, cobaia de um paulatino processo de diluição mental que enfim chega a seu apoteótico objetivo. Podem, portanto, me chamar de ranzinza, quadrada, pessimista. Assumirei condignamente minha sincera opinião de que, daqui para frente, vamos morro abaixo e sem escalas.

sábado, 17 de abril de 2010

O Avatar Não é Aqui

Uma vez me disseram que para tudo nessa vida é preciso talento. Acredito que isso é verdade. Até uma prostituta e um ladrão precisam de talento para exercer a profissão, caso contrário, farão lambança. Prostituta que se preza cuida do corpo, faz sexo bem, cobra alto, não pega AIDS, trabalha em ambientes fechados e, no caso da Bruna Surfistinha, publica um livro campeão de vendas relatando suas peripécias. Ladrão que se preza entra quieto e sai calado, não rouba armado, rouba quem tem seguro, dá golpes milionários sem vítimas ou testemunhas oculares, normalmente deixando todo mundo boquiaberto pelo grau de ousadia e destreza.

James Cameron tem talento para verbas milionárias e para diluir boas ideias em filmes que se vão sem maiores consequências. Ousou fazer a sequência do aclamado ‘Alien, o Oitavo Passageiro’, de Ridley Scott, demonstrando que nem só de orçamento vive um filme ao mostrar um pastiche militar que, não fosse o dinheiro investido em parafernália, seria digno de dó. ‘Titanic’ é o recordista de erros e perde feio em dramaticidade para o original do ano de 1953 – como ele veio a ganhar o Oscar de melhor direção por ele, é um enigma na indústria cinematográfica até hoje. Seu blockbuster ‘Avatar’ ganhou Oscar por efeitos especiais – com 500 milhões de dólares de orçamento e atores de baixo cachê, quem não ganharia?

A mais recente infelicidade concebida por este diretor das multidões foi achar que o Brasil é terra de ninguém. Há dez dias ele perambula por aqui, primeiro dizendo-se afrontado pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no Pará, depois se vestindo de índio em manifestação onde deixou claro que “vai utilizar de todos os meios para evitar a construção da usina”. Declarou que a Amazônia será palco da sequência de ‘Avatar’ e plantou árvores no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Note-se que em momento algum ele mencionou que os Estados Unidos, juntamente com a China, é o campeão de destruição ambiental. E, sendo canadense, nem passou perto do massacre anual dos bebês focas.

Não sou fã do Lula, mas talento para frases certeiras, isso ele tem. Quando disse, “Depois de destruírem o deles, vêm aqui dar ordens”, fui obrigada a fazer minhas as palavras dele. Todos os países desenvolvidos poderiam plantar toda uma Amazônia, mas querem a nossa, já que ela está aí, prontinha. Em Copenhague, relutaram em assumir sua cota ecológica. Nossos índios, bem ou mal, persistem, nos Estados Unidos foram mortos a tiros por causa de uma porcaria árida como o Texas. É duro ser brasileiro. Um belo dia, eis que você liga a televisão e é obrigado a ver, além das consequências da nossa caquética legislação, um diretor estrangeiro de quinta categoria cantando de galo no nosso terreiro. Falta de talento – no caso, o dele e o nosso – dá nisso. Viva a Bruna Surfistinha!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Eterna Tragédia Brasileira

Certo, a casa caiu – quero dizer, o morro caiu. Todos nós agora com nossos voláteis olhos voltados a todos aqueles que algum dia decidiram que uma casa no morro é tão boa quanto qualquer outra. Todas as línguas agora maldizendo o prefeito do Rio de Janeiro. Todos os superficiais corações sofrendo numa única corrente, pra frente Brasil, salve a seleção. Enfim, todo um país diante de uma tragédia anunciada acreditando que o problema é de agora e que, sim, o culpado pode ser rastreado por seu nome e número de RG (ou título eleitoral).

Nelson Pereira dos Santos filmou ‘Rio 40 Graus’ na década de 50 – e já havia favelas no morro. As favelas não apenas aumentaram como continuaram a se alastrar em diferentes morros. Quantas gerações desde então? Quantos governos (situação e oposição) desde então? Seja como for, claro está a olhos e mentes mais atentos que o problema vem se arrastando há décadas: o problema de administrações que não agem e de populações que não se responsabilizam por sua própria vida, nem que seja em benefício próprio.

Quem é o responsável por essa pobreza que se expõe em áreas de risco e não sai dali nem arrastada? Melhor seria perguntar o que gera essa específica pobreza? Ou então quem é o responsável por administrar os efeitos sociais dessa tal pobreza? De qualquer forma, foi-se a década de 50 e estamos, mais de sessenta anos depois, chafurdando (agora literalmente) nos mesmos problemas. Como tudo isso aconteceu, acontece e, Deus nos livre e guarde, acontecerá? Seria o povo brasileiro 'vítima' de tamanho descaso e emocionalismo vãos ao ponto de não perceber que o buraco é e sempre foi mais embaixo?

O morro caiu e sempre cairá. Enquanto houver uma cultura populista e de irresponsabilidade pessoal, social e administrativa, o morro sempre cairá. Não adianta mandar bombeiros, não adianta mandar mantimentos e doações, o morro sempre cairá. Cairá enquanto os pobres não assumirem sua pobreza com dignidade e enquanto o governo usar a falta de dignidade dos pobres para seus próprios fins. Cairá por todo o tempo em que durar a indiferença das pessoas em relação a si mesmas e aos outros. Enquanto neste país perdurar o imediatismo aliado à inação e ao proveito próprio, morros cairão – pois o morro, com ou sem favelas, sempre cai. É da natureza do morro cair.

domingo, 28 de março de 2010

Falta de Caráter Deveria Governar um País?

A interrelação humana é, sempre foi e sempre será problemática. As pessoas são diferentes, não apenas por sua genética, mas pelo próprio meio ambiente onde foram criadas e devido às necessidades específicas que têm. Não é difícil intuir que todas essas diferenças acabam gerando posturas de vida diferentes, que levam a diversas opiniões sobre o que é certo e errado, sobre o que é pertinente ou não. Qualquer um de nós já esteve em uma reunião ou festa e viu que ânimos podem ou não se exaltar, mas que frequentemente as pessoas discordam umas com as outras.

Se ampliada essa dificuldade básica de relacionamento humano a um país inteiro, sabe-se logo de cara que não vai haver uma plácida concordância nacional. Alguns dirão que passam fome, outros enfatizarão que carecem de recursos intelectuais e outros afirmarão que pagam demais e levam de menos. Resumindo, uns querem assim, outros querem assado. Isso é normal e engrandece a condição humana em sua eterna busca por justiça e equilíbrio. E em sendo essa questão levada com consciência e carisma, sempre haverá um meio termo satisfatório e benefícios a todos.

Infelizmente, por vezes não existe a intenção de solucionar uma questão. A História está repleta de exemplos onde o equilíbrio foi simplesmente trocado pela ganância pelo poder. Utiliza-se uma desculpa – normalmente o descontentamento de uma massa populacional desfavorecida – para se conseguir as ferramentas para se dominar a situação. Uma vez no poder, a facção longe está de representar às necessidades daqueles que deram seu apoio, pois desde o começo o foco foi apenas adquirir poder e suas consequentes vantagens.

Tivemos a infelicidade de ver a greve dos ‘professores’ do Estado de São Paulo. Pedras foram jogadas na polícia e desejava-se invadir intencionalmente a área de segurança do Palácio Bandeirantes, o que feriria a lei e a ordem, sem as quais um país não pode existir. Uma manobra eleitoreira, pois embora o Brasil inteiro esteja em um caos educacional, greves desse porte só na cidade de São Paulo, reduto da oposição ao atual governo. E ficam perguntas: é esse tipo de gente, que joga tão maliciosamente baixo, sem ponderação ou intenções positivas, que devemos ter em nosso governo? É disso que o Brasil precisa? É disso que qualquer povo precisa?

terça-feira, 23 de março de 2010

Os “Babacas” do CQC


Nada como um incentivo para voltar à ação. Confesso que meu estômago andou fraco, minando minha tolerância a tantas idiossincracias brasileiras, mas ao ver a reportagem do Proteste Já do CQC na Band, tomei uma batelada de sal de fruta e decidi reabilitar meu blog. Afinal, estamos em ano de eleição e as baixarias e mentiras já estão povoando os canais de TV, as emissoras de rádio, os sites na Internet... Enfim, estamos mais uma vez – e com a benção da lei eleitoral – expostos a essas indignidades chamadas propaganda eleitoral gratuita e voto obrigatório.

O Sr. Rubens Furlan (PMDB), prefeito da cidade de Barueri, diante do flagra do desvio da TV de plasma doada a uma escola, não pensou duas vezes antes de chamar a equipe de apresentadores do CQC de ‘babacas’. E pelo número de vezes que ele repetiu a tal palavra, acredito que ela faz parte de seu parco vocabulário diário. Consigo até mesmo ver, com os olhos da minha analítica imaginação, o momento em que foi eleito pelo voto popular obrigatório: “Os babacas votaram em mim! Oba!”. Pena que, com a reportagem que foi ontem ao ar, o povo de Barueri descobriu como funciona a linha de pensamento desse infeliz cidadão.

Não se limitando a expressar sua despropositada opinião diante do delito exposto pela reportagem, o Sr. Furlan estendeu suas infelizes conclusões, dizendo ..."são uns babacas, sem nenhum talento, uns tontos, malandros, que se veem no direito de ridicularizar o Congresso. Quem são vocês? Quem são vocês?”(sic). Bom, a isso eu posso responder que eles do CQC e todos nós, cidadãos brasileiros – como bons babacas que somos – podemos nos dar ao luxo de ridicularizar outros babacas, especificamente os por ora políticos sem nenhum talento, tontos, malandros, que se veem no direito de ridicularizar quem os elegeu com sua corrupção e falta de caráter.

E agora – e como tragédia pouca é bobagem – eis que vem aí mais um turno eleitoral para que nós, babacas de carteirinha (ou melhor, de título eleitoral obrigatório), tenhamos que arrastar nossa babaquice até as urnas para darmos um cargo muito bem remunerado a esse tipo de gente. Mas resta uma esperança, assim espero: a de que o CQC e outros profissionais da mídia jornalística não se calem, investiguem, cutuquem e, por fim, derrubem do seu alto trono esses ‘pequenos ditadores’- como bem definiu "aquele babaca careca" (sic), também conhecido como Marcelo Tass. Afinal, se "os sete babacas" (sic) conseguiram cortar várias asas em Barueri, o que não farão todos os babacas unidos?